segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A fúria do Sol




Um estudo do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas dos EUA conseguiu prever quando será a próxima explosão do Sol – ocorrerá entre o final de 2007 e o início de 2008. Ela será entre 30% e 50% mais forte que a última, ocorrida em 2004 e considerada a mais intensa tempestade solar dos últimos 15 anos. Assim como um médico que utiliza aparelhos de ultra-sonografia para examinar a gestação de suas pacientes, a cientista Mausumi Dikpati, chefe da pesquisa, valeu-se de dados coletados por um telescópio espacial para analisar o movimento das correntes elétricas no interior do Sol. A partir de uma simulação feita com dados dos últimos oito ciclos solares, foi possível chegar a um resultado preciso e prever quando o Sol voltará a explodir. O ciclo solar se caracteriza pela inversão do campo magnético do Sol, quando parte da energia acumulada em seu núcleo explode e produz labaredas e tempestades de partículas radioativas que banham a atmosfera da Terra. As explosões liberam mais de cinco milhões de toneladas de energia pura no espaço e seus reflexos são sentidos em todo o espaço. “Os mais prejudicados são os satélites, as missões espaciais, o sistema de comunicação dos aviões e as redes de fornecimento de energia”, diz Mausumi. A Nasa teme que a tempestade solar que está por vir interfira ou até destrua as naves que estão no espaço. Na aviação, será preciso um novo planejamento de rotas até 2012, quando o ciclo solar alcançará o seu auge com um aumento na formação de nuvens e maior incidência de chuvas. A influência do Sol no clima da Terra foi o tema central do 11º Simpósio Internacional sobre o Sol, recém-realizado no Rio de Janeiro. “O próximo ciclo solar trará mais chuvas”, diz Pierre Kaufmann, astrofísico da Universidade Mackenzie, de São Paulo. Assim, antecipar o comportamento explosivo do Sol é fundamental para preservar as condições ambientais da Terra e proteger o nosso planeta. Protegê-lo, quem diria, da fúria do astro que o alimenta de energia e calor.
http://www.zaz.com.br/istoe/1900/ciencia/1900_explosao_do_sol.htm


Explosões no Sol influenciam enfartes


As tempestades magnéticas que afetam a Terra contribuem para o aumento do número de mortes causadas por enfarte, revelaram nesta quarta-feira (11) cientistas do Centro de Pesquisas do Espaço (IKI) e do Instituto de Ionosfera e Magnetismo Terrestre da Rússia (Izmiran)."O principal alvo das tempestades magnéticas é o coração e o sistema cardiovascular, embora o efeito deste fenômeno natural no organismo humano seja muito amplo e nem sempre negativo", afirmou o especialista do IKI Yuri Zaitsev à agência "Interfax".Ele disse que o organismo humano, em maior ou em menor medida, é sensível aos campos magnéticos e que a saúde de muitas pessoas com determinadas doenças crônicas ou de idade avançada sofre pioras quando as tempestades magnéticas afetam a Terra.Em conseqüência das explosões que ocorrem na coroa solar, as tempestades magnéticas se manifestam como potentes e intensos fluxos de partículas ionizadas que alcançam o planeta.Em condições normais, esse fluxo passa despercebido. Mas quando a intensidade é muito alta, ele altera o campo magnético terrestre, com efeitos nos organismos vivos.Na maioria dos casos, as tempestades magnéticas afetam o ritmo cardíaco, a circulação do sangue — principalmente nos vasos capilares –, altera a pressão arterial e modifica o nível de adrenalina.Segundo Zaitsev, os cientistas russos estabeleceram que os efeitos nocivos para o organismo humano têm relação com as chamadas micropulsações do campo geomagnético, sobretudo quando sua freqüência coincide ou se aproxima da freqüência das batidas do coração.As micropulsações são registradas em 50% das tempestades magnéticas e, na maioria dos casos, na fase preliminar, quando o campo geomagnético ainda não está muito alterado.Zaitsev explicou que, afetado pelos campos magnéticos de freqüências baixas, o ritmo cardíaco das pessoas que apresentam doenças no coração se desestabiliza e, em conseqüência, há um aumento no risco de haver enfarte ou morte súbita por arritmia.Observações feitas em Moscou durante tempestades magnéticas com micropulsações registraram aumentos de até 13% no número médio de enfartes do miocárdio e 7,5% nos casos de derrame cerebral."Pode ser uma pista para explicar por que as mortes por motivos cardíacos ou circulatórios aumentam na véspera de tempestades magnéticas", afirmou Zaitsev. Ele disse ainda que, atualmente, há recursos técnicos para minimizar o risco das tempestades magnéticas, como o envio de satélites para controlar as mudanças do fluxo solar e as alterações que estas possam produzir no campo magnético terrestre."Trata-se de criar um sistema de alarme antecipado sobre as emanações solares e seus efeitos na Terra, que são muito amplos", afirmou. De acordo com ele, além dos efeitos nos seres humanos, as tempestades magnéticas provocam auroras boreais, prejudicam transmissões de rádio e afetam o funcionamento de satélites, redes elétricas, sistemas de navegação, oleodutos e o transporte ferroviário.